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Paula Pessoa

Secretaria de Governança

Clima ameno com paisagens naturais e população acolhedora. É assim que o distrito de São Francisco Xavier, localizado a cerca de 60km de São José dos Campos, recebe visitantes como uma opção de lazer e descanso em meio a correria da vida urbana. O distrito mantém as características do interior, com comida da roça, eventos em torno da praça e do coreto e atrações ligadas à natureza, mas também renova nas ofertas de gastronomia.

Após cerca de 1h10 de estrada, o turista atravessa o portal de boas vindas de São Francisco e vai de encontro à natureza preservada, aos esportes radicais, comida boa e prosas na praça, onde as famílias se reúnem com amigos e vizinhos, boa parte deles de São José.

Conhecido pela tradição do tropeirismo, o distrito busca valorizar as pequenas comunidades da Serra da Mantiqueira, onde os tropeiros paravam para descansar quando vinham de Minas Gerais para comercializar produtos no Vale do Paraíba. Esse comércio ainda acontece e todos os finais de semana, a praça recebe a feirinha dos produtores rurais.

Para os amantes da natureza, São Francisco Xavier é uma boa opção para ecoturismo. O distrito oferece inúmeras trilhas pela Serra da Mantiqueira, além da vista panorâmica do Mirante da Pedra de São Francisco, também conhecido como Pedra do Porquinho. Outros cenários são convidativos para prática de contemplação ou esportes radicais como o “downhill” (descida de bike) por longo percurso, cachoeiras, mirantes, ranchos de passeio a cavalo e pesqueiros.

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Artesanato e produtos orgânicos

Na Praça Cônego Antônio Manzi, bem no centrinho, barraquinhas oferecem opções de artesanato em tecido e madeira, para todos os gostos, além de produtos orgânicos como verduras, frutas, legumes, geleias e doces caseiros. A artesã Giane Rodrigues de Melo sempre gostou da tranquilidade de São Francisco e, há três anos, decidiu se mudar com o filho caçula e o marido para o local.

“O pessoal é muito acolhedor, vim morar aqui pela qualidade de vida, a natureza me encanta muito e aqui ela é próxima e presente, amo esse lugar”, disse.

“Já fiz de tudo desde que me conheço por gente, aprendi trabalhos manuais com minha avó, é algo da nossa família. Já trabalhei com peças de biscuit, crochê e jornal, agora faço trabalho envelhecido e rústico na madeira, para decoração, e vendo aqui. É bom demais”, completou a artesã.

Outras artesãs também vendem peças decorativas feitas com carinho e capricho por várias mãos, todas reunidas no Grupo das Mulheres. Formado há dois anos, semanalmente cerca de dez artesãs se reúnem para produção de peças de decoração, toalhas, panos de prato, caminhos de mesa e demais enfeites. As obras das artistas ficam expostas para o público na feirinha e têm preços que variam de R$2 a R$100, dependendo do produto.

Dona Albertina Paulo Cândido, de 81 anos, é uma das responsáveis pelo Grupo. De fala mansa e doce, ela tece elogios pelo lugar que escolheu para viver com a família há mais de 24 anos.

“O distrito é muito bonito e gostoso de se morar, além de ser um lugar onde todos se conhecem e são amigos. Viver entre amigos e no meio das artes que fazemos é bom demais. Fazemos os trabalhos juntas, gostamos e ajudamos umas as outras”, contou.

Maria das Graças Silva é conhecida entre todos e não é à toa. Ela mora no distrito há mais de 20 anos e trabalha vendendo verduras, queijos e geleias caseiras feitas em sua chácara. Sempre simpática, faz questão de explicar o processo de produção dos produtos fresquinhos que, durante a semana, vende em feiras livres de São José.

“É muito bom poder oferecer algo fresquinho e saudável, sem conservantes, para as pessoas, aqui é tudo orgânico. A venda é boa na feirinha, ajuda no orçamento de casa, vale a pena”, destaca.

Comida da roça

Marina Fonseca Fornitano tem sítio em São Francisco, já foi modista de alta costura e é uma das pioneiras no comércio de trutas. E é justamente este peixe uma de suas especialidades no restaurante que mantém há mais de dez anos. O estabelecimento já recebeu premiações e reconhecimentos de empresas de turismo e gastronomia e atende, de segunda a segunda, desde moradores que procuram pelo arroz com feijão de todo dia, até os que desejam saborear as famosas trutas.

“A truta alavancou o turismo de São Francisco, é muito importante para a região, nos traz mais clientes e amplia nosso cardápio com algo próprio e característico daqui”, disse Marina, proprietária do Restaurante Mariser .

Para os amantes da comida caipira, um rancho montado no quintal de uma casa de família surpreende pelo aroma e sabores -- esse é o Restaurante A Soberana. É ali que vive e trabalha o engenheiro mecânico, Carlos Eduardo Silva Santos, com sua esposa Juliana e o filho Francisco, de 4 anos. De quarta-feira a domingo, incluindo os feriados, Eduardo, Juliana e duas funcionárias atendem centenas de clientes, que chegam de vários pontos procurando pelos quitutes caipiras ‘de raiz’.

O chef conta que a experiência culinária resulta de mais de uma década em frente ao fogão, com habilidades adquiridas nas edições do evento Revelando São Paulo que participou por muitos anos. Mas além de técnica, o tempero especial é amor e dedicação.

“Amo comer bem e adoro cozinhar comida de roça, aprendi a cozinhar com a vida, as coisas foram acontecendo e hoje estou aqui. Nunca imaginei que meu caminho seria assim. Eu amo o que faço e me realizo morando aqui, com minha vida tranquila, cozinhando para as pessoas”, contou.

O espaço aconchegante reúne artigos e peças decorativas próprias de um ‘cantinho na roça’ e serve pratos saborosos aos clientes, entre eles a combinação de arroz, feijão, fubá moído na pedra com linguiça caseira, torresmo, caldo de abóbora, farofa de couve e carne de lombo cozida na lata.

“Estou muito feliz aqui, a comida estava deliciosa e o ambiente é muito agradável. O chef é ótimo, alegre e todos nos atenderam muito bem, já quero voltar”, afirmou Neide Duarte, que estava acompanhada do marido, o empresário Arthur de Biasi, de Taubaté.

“Nós viemos para São Francisco Xavier para almoçar, mas chegando aqui não resistimos e ficamos para passar o fim de semana, queremos aproveitar um pouco mais o que o distrito nos oferece”, comentou Arthur.

Mudança de vida e gastronomia sofisticada

Decoração rústica e cardápio sofisticado combinam e agradam. Entre as opções, há pratos com carne de cordeiro grelhado e risoto de queijo de cabra e as trutas premium, de fabricação própria, acompanhadas de arroz preto com mix de castanhas e folhas.

O local, que atende famílias com crianças e grupos de amigos que desfrutam de boa música e opções de bebidas refrescantes, é liderado pelo empresário Mauro Orlando, dono do Restaurante João de Barro.

Mauro optou por se mudar do agito da capital paulista para o sossego do distrito e não se arrepende. Além da qualidade de vida e tranquilidade em meio a natureza, ele viu na região potencial para empreender no ramo de gastronomia. Abriu dois restaurantes e hoje é dono também de um bar que produz suas próprias bebidas, como cerveja e gim tônica.

“Um lugar de calma, paz, tranquilidade e, especialmente, tempo. São as coisas valiosas que priorizo e encontrei aqui, muita qualidade de vida e possibilidade de trabalhar com o que gosto”, definiu Mauro.

Serviço:

- Feirinha do produtor agrícola e de artesanato: Praça Cônego Antônio Manzi, aos finais de semana, das 8h às 17h

- Restaurante Mariser - Rua Ezequiel Alves Graciano, 16

- Restaurante A Soberana - Rua XV de Novembro, 297

- Restaurante João de Barro - Rua XV de Novembro, 41

 

Fonte: Prefeitura de São José dos Campos